segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

Professor não é coitado!

O texto a seguir baseia-se no artigo de Gustavo Ioschpe - Veja, 12/12/2007 - sob o título Professor não é coitado.
Professor não é coitado.
Professor, ao menos no Rio de Janeiro, não é herói.
Herói-sobrevivente é todo o cidadão que cumpre suas obrigações tributárias, civis, profissionais, sociais e afins e consegue retornar a sua casa ileso.
Quanto ao artigo do Sr. Gustavo... se o governo se preocupa com a educação pública neste país? É claro que sim! Quem já não assistiu aos programas eleitoreiros nas campanhas às Renânias? (Obrigada, Roberto Pompeu de Toledo pelo seu ensaio: Para entender a politicolíngua, por isso usei a palavra Renânias. Obrigada mesmo.) Veja, 12/12/2007
Voltando... Neste artigo, o Sr. Gustavo permite-se "gerar dúvidas". Afirma que "a maioria dos professores trabalha em apenas uma escola","que têm apenas um local de trabalho";"que apenas 9%... trabalham em três escolas ou mais. Sua carga horária também não é das mais massacrantes. "Entre outras pérolas e 'verdades' acrescenta: "Não é correta,... a idéia de que os professores trabalham em estabelecimentos superlotados. Segundo dados oficiais há 27 alunos por turma no ensino fundamental." "... nos três anos do ensino médio,... 37 alunos por turma - dentro da normalidade,portanto." Que nós, professores, não costumamos mencionar as vantagens da profissão: "as férias longas... a regulamentação frouxa" (?)
Até então, eu não conhecia o dito senhor Gustavo. (acessei um outro artigo seu)
Com um artigo absurdo, ofensivo, incoerente, irreal, equivocado a extremo, creio que o citado esteja apenas tentando promover-se através da indignação que causará não apenas aos profissionais da educação, mas a todo e qualquer cidadão que tem seus filhos matriculados (ou não) na rede pública de ensino deste país e àqueles que conhecem, convivem com esses profissionais - que de fato não são coitados.
Parece-me que o que este senhor conhece das escolas públicas do nosso país restringe-se a dados coletados de dentro de um gabinete, com todo o conforto, (totalmente diferente do local em que trabalhamos) nunca sequer este senhor deve ter entrado em uma das unidades escolares públicas deste país. Faltou-lhe, certamente, a pesquisa de campo a fim de fundamentar suas idéias sobre o professor da rede pública em questão.
Acorda, Sr. Gustavo!
Em que Brasil você está?
Será que o seu Brasil é apenas o dos Gustavos, dos Renans, dos que nunca sabem de nada?
Você , ao menos, não lê jornais, nem nunca leu Cristóvam Buarque e inúmeros escritores que se indignam com o que vivenciam na educação neste país, ignora a importância da aprovação do Fundeb?
Sem dúvida é a educação a grande solução para resolver os problemas sociais de todo e qualquer país.
Com toda a minha indignação pela série de absurdos, de equívocos. Contagie-se de salas de aulas lotadas, salas sem ventiladores, falta de inspetores de disciplina entre outras 'vantagens' que aqui não mencionei.
Nós, professores, não somos coitados!

3 comentários:

Laís Cristina disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Laís Cristina disse...

Que bom tê-la aqui no blogger.
Assim me sinto mais próxima de você...

Vou colocar o link do seu lá no meu, ok?!

Beijitosssss

ildasan disse...

São teóricos como esse sr.Gustavo q nos deixam incrédulos qto a pesquisa em nosso país.São invencionismos,teoricismos,e outros ismos,e nenhum pragmatismo.Vá ao campo sr Gustavo e quem sabe possa ser de alguma utilidade seus comentários sobre a educação em nosso país.